sexta-feira, 29 de agosto de 2014

INCOR fará "Raixo X" de Ciclistas

Usuários de bike podem participar de projeto que será lançado nesta segunda-feira, 1º de setembro, com o propósito de gerar dados científicos para subsidiar políticas públicas em saúde e mobilidade urbana, tendo como base o ciclismo. O Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP) lançará nesta segunda-feira, 1º de setembro, às 9h30, o Projeto Pedal, com as presenças dos secretários municipais do Verde e Meio Ambiente, Wanderley do Nascimento, e do Transporte, Gilmar Tatto. O objetivo do Programa é conhecer em profundidade o perfil desse contingente de pessoas de todas as idades que convive diariamente, nem sempre de forma amigável, com a gigantesca frota de veículos de cidades brasileiras como São Paulo (metrópole que fechou 2013 com 7,5 milhões de automóveis nas ruas). Segundo o coordenador do Pedal, o pneumologista Ubiratan de Paula Santos, a criação do Projeto busca atender a demanda por informações científicas que possam balizar políticas públicas em saúde e em mobilidade urbana, voltadas para a promoção do ciclismo e para a segurança das pessoas que se utilizam desse meio de transporte, de lazer ou de prática de atividade física. “Ao participarem do Pedal, os ciclistas contribuirão de forma direta com a realização desse propósito”, diz o coordenador. O surgimento contínuo de ciclovias e de faixas exclusivas para bicicletas em vários pontos da cidade (como incentivo ao transporte não-poluente e à adoção de um estilo de vida mais saudável) torna irremediável a busca de indicadores seguros para a discussão do tema. “A ciência já conhece bastante sobre os benefícios da prática do ciclismo como atividade física, tanto para a saúde quanto para o meio ambiente. Mas desconhece quais são os riscos reais a que esse contingente de pessoas se expõe ao fazer essa pratica física nas condições de trânsito e de poluentes no ar de uma metrópole como São Paulo ou de outras grandes cidades do Brasil”. O Dr. Santos é uma das referências no País em pesquisas sobre os efeitos da poluição no sistema cardiovascular como precursor de doenças do pulmão, do coração e de outros órgãos, como o cérebro. Consta no rol de seus estudos a análise desse efeito sobre funcionários da Companhia de Engenharia de Trafego de São Paulo (CET) que atuam nas Marginais e de taxistas, duas categorias profissionais altamente expostas aos poluentes do ar na cidade. Segundo o médico, ainda não existe estudo brasileiro que relacione esse risco nos ciclistas. Pesquisas realizadas em grandes metrópoles da Europa e dos Estados Unidos (saiba mais), contudo, apontam que, em indivíduos saudáveis, os benefícios da prática parecem compensar os custos da maior exposição aos poluentes a que estão submetido os amantes da bike. “Queremos encontrar esse limiar de custo-benefício na população brasileira, tendo como ponto de partida São Paulo. Com isso, poderemos contribuir de forma mais efetiva, para que se estabeleçam as melhores condições para a prática do ciclismo urbano, seja como propulsor de saúde, lazer ou meio de transporte não-poluente”, diz o coordenador do Projeto Pedal. Nesse primeiro momento, os ciclistas estão sendo incentivados a cadastrarem os seus dados no site do Programa Pedal – www.incor.usp.br (clique aqui). A partir dessas informações, a equipe construirá o perfil dos ciclistas em São Paulo: quem são, em que situações utilizam a bicicleta, hábitos de vida, registro de acidentes de que já foram vítimas no trânsito etc. Às informações subsidiarão a estruturação de estudos clínicos e experimentais para avaliar o risco a que essa população está exposta e sua contribuição para a mobilidade urbana por meios não-poluentes.

Nenhum comentário: