Sergipe é um dos
Estados que estarão contemplados na pesquisa do Iphan que investigará a
complexidade das Matrizes Tradicionais do Forró, sendo uma das etapas do
processo de registro para avaliação do bem como
Patrimônio Cultural do Brasil. O início dessa fase terá como marco o Seminário Forró e Patrimônio Cultural a ser realizado
entre os dias 08 a 10 de maio, em Recife (PE). O evento gratuito e
aberto ao público reunirá forrozeiros, artistas, músicos, artesãos, e
dançarinos, além de gestores públicos e culturais, produtores e
pesquisadores de todo o Nordeste e de Estados com forte
presença nordestina, que há décadas acolhem e ajudam a fortalecer as
Matrizes Tradicionais do Forró, como São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito
Federal e Espírito Santo. E para que o dossiê resultante da pesquisa
contemple a história, os atuais desafios e as
perspectivas de continuidade das práticas sociais que formam as
Matrizes Tradicionais do Forró, o Departamento de Patrimônio Imaterial
(DPI/Iphan) buscará a participação ativa das comunidades e atores
sociais que mantém viva a tradição no país.
As
inscrições já estão abertas.
O espaço promoverá
trocas de experiências sobre o que consideram importante para o
reconhecimento e a continuidade dessa forma de expressão tão
representativa da cultura brasileira. “Esse Seminário é de extrema
importância para o forró como forma de expressão por falar de maneira
tão profunda da cultura nordestina e que vem se renovando no tempo,
mantendo-se como força viva da disseminação pelo Brasil e pelo mundo”,
destaca o diretor do DPI, Hermano Queiroz.
Na pauta estão debates
importantes para a compreensão do forró como um Patrimônio Cultural a
exemplo da valorização e sustentabilidade da manifestação; das ações de
preservação; de políticas públicas, dentre
outros. A programação buscará também compreender as formas de
transmissão dos saberes relacionados, por meio de oficinas e aulas dos
mestres sobre os diferentes instrumentos musicais, os ritmos e as danças
que constituem as Matrizes do Forró. Haverá também
espaços para apresentações e interações musicais entre músicos e
dançarinos por meio de palcos abertos e um show de encerramento especial
na tradicional casa de forró recifense,
Sala de Reboco, que reunirá os participantes do Seminário na noite da sexta-feira, dia 10 de maio e será aberto ao público.
Confira
a programação.
A pesquisa se
estenderá até meados de 2020 e resultará no dossiê de Registro a ser
analisado pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural que deliberará
se o bem receberá o reconhecimento como Patrimônio
Cultural do Brasil.
O processo de Registro das Matrizes Tradicionais do Forró
Em setembro de 2011, a
Associação Cultural Balaio do Nordeste encaminhou ao Iphan o pedido de
registro das Matrizes Tradicionais do Forró como Patrimônio Cultural do
Brasil. Desde então o Instituto buscou, em
parceria com a Associação, o Fórum Nacional Forró de Raiz e outras
instituições parceiras, incentivar encontros, fóruns e audiências
públicas para discutir o processo de reconhecimento, abordando os
potenciais, significados e limites da política de Patrimônio
Cultural. As diretrizes apontadas no Encontro Nacional para Salvaguarda
das Matrizes do Forró, ocorrido em João Pessoa (PB) em setembro de 2015
são o fundamento para a pesquisa a ser realizada pela Associação
Respeita Januário em cooperação com o Iphan.
Formas de expressão como Patrimônio imaterial
Para que um bem seja registrado pelo
Iphan é necessário possuir relevância para a memória nacional,
continuidade histórica e fazer parte das referências culturais de grupos
formadores da sociedade brasileira. Dentre os patrimônios imateriais
inscritos no Livro do Registro das Formas de Expressão
estão as Matrizes do Samba do Rio de Janeiro, o Tambor de Crioula do
Maranhão, o Samba de Roda do Recôncavo Baiano e o Frevo.