terça-feira, 3 de março de 2009

Pacientes aguardam transplantes

Personagens de uma trama sem traço algum de ficção, que tentam a cada dia sensibilizar o maior número possível de pessoas. Assim se pode considerar a consultora de empresas Muna Yssa, 35 anos, as donas-de-casa Ana Paula Santana, 37, e Maria Aparecida Bezerra, 54, e o guarda municipal Bruno Santana, 24. Eles não se conhecem, pode-se dizer que pertencem a pelo menos duas gerações diferentes, têm cotidianos distintos. Porém, hoje estão entre os protagonistas de um grande enredo, cujo tema é a vida.

Vida que se pode melhorar e preservar através da doação de órgãos e tecidos. Foi dessa forma que pensou Muna, quando decidiu autorizar, há dois anos, a captação dos rins e córneas de sua mãe Josefa Aldemira, que morreu aos 64 anos. A aposentada sofreu uma parada cardíaca inicialmente revertida, mas, depois de passar dois dias numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI), teve morte encefálica. "Na hora, a situação é difícil, mas se você tem a chance de colaborar para a continuidade de outras vidas, por que não permitir a doação?", defende a consultora.

Segundo ela, a decisão tomada há dois anos foi apenas a confirmação da vontade manifestada por dona Josefa quando era viva. "Minha mãe sempre dizia: doe tudo o que puder doar, até o último fio de cabelo", lembra Muna, que já adiantou para a família que segue o mesmo pensamento da mãe. "Lá em casa não há tabu com relação a esse assunto, a gente conversa e nos declaramos todos doadores, pois levamos a sério a possibilidade de ajudar outras pessoas a ter, pelo menos, uma vida melhor. É uma questão de solidariedade".

O gesto citado por Muna Yssa foi o que deu um novo sentido à vida da dona-de-casa Ana Paula Santana.

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