Dados da Secretaria de Saúde da Bahia diz que no Carnaval pessoas não estão preparadas para lidar com soropositividadeOs resultados de diagnóstico soropositivo coletados em oferta de teste rápido anti-HIV, durante o Carnaval de Salvador, servirão de base para estudo de dados e elaboração de novas ações na capital. Os 14 casos de infecção pelo vírus, entre 609 pessoas testadas, chamou atenção pelo índice de 2,3%, que será discutido em reunião do Programa Municipal DST-Aids, ainda esta semana.
O percentual é considerado alto pelo Programa Nacional de DST-Aids, que coordena o “Fique sabendo”, estratégia de mobilização para facilitar o acesso à testagem rápida em eventos culturais. Já realizado em outros estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Pernambuco, o projeto tem média nacional de 0,7% de soropositivos, bem abaixo do verificado em Salvador.
“Não posso afirmar com segurança o que representa este número alto na Bahia, mas isso mostra que o acesso facilitado dá mais visibilidade ao teste”, observa o diretor adjunto do programa vinculado ao Ministério da Saúde, Eduardo Barbosa. O exame é feito com uma punção no dedo. As amostras vão para análise em dois kits de reação. O resultado sai em cerca de 15 minutos.
Segundo Maria do Socorro Farias, coordenadora do Programa Municipal DST-Aids, o resultado de 14 soropositivos (10 homens e 4 mulheres) foi uma surpresa, apesar de algumas dessas pessoas terem relatado que já sabiam da condição e mesmo assim quiseram repetir o exame. “O número não condiz com nossos índices. A gente quer fazer outras ações desse nível para ter um parâmetro melhor”, diz.
Acompanhamento – O presidente do Grupo de Apoio à Prevenção à Aids da Bahia (Gapa), Harley Henriques, questiona a realização de exames durante o Carnaval. “O acesso facilitado é uma estratégia importante na prevenção ao HIV, mas o momento não é apropriado. Durante a folia, muita gente faz uso de álcool, drogas, e pode não estar preparada para lidar com a soropositividade”, alega o ativista.
Maria do Socorro, no entanto, garante que o teste é realizado mediante todo apoio necessário. “Não se faz teste de HIV sem aconselhamento”, afirma. Eduardo Barbosa esclarece que a metodologia usada é a mesma nacionalmente. “Antes de se submeter ao teste, a pessoa passa por um pré-aconselhamento, no qual recebe orientação sobre a doença e medidas preventivas. Geralmente, passamos um vídeo rápido. Em Salvador, tivemos a boa participação de pessoas que já convivem com o HIV, o que contribui para evitar o estigma”.
No final, há o aconselhamento pós-teste, individual e sigiloso, quando é dado o resultado por um dos conselheiros capacitados, que trabalham com isso ao longo do ano. Em caso positivo, a pessoa sai de lá com uma consulta agendada com um infectologista, segundo Socorro.
Serviço:
Creaids
Rua Comendador José Alves Ferreira, nº 240, Garcia | (71) 3328-5737
Semae
3º Centro de Saúde Rua Lima e Silva, Liberdade | (71) 3611-4180
Gapa
Rua Comendador Gomes Costa, 39, Barris | (71) 3328-9200
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