terça-feira, 9 de outubro de 2012

Amanhã será comemorado Dia da Saúde Mental

André Rezende tem 30 anos e mora em Nossa Senhora da Glória, no alto sertão sergipano. Ele é músico e foi através da música que conseguiu se livrar das drogas e do álcool. A música foi um instrumento para que os profissionais do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) realizassem o tratamento dele. "Cheguei ao CAPS com 40 quilos e hoje estou com 73. Tive a oportunidade de enxergar melhor a vida, pois fui tratado com dignidade, respeito e amor pelas pessoas que lá trabalham. Tive uma nova vida. Se não fosse o CAPS, hoje eu estava na sarjeta", declarou André Rezende, que há dois anos é acompanhado pelo centro. Ao contrário dos antigos hospitais psiquiátricos, o objetivo dos 36 CAPS espalhados pelo estado é fazer com que a pessoa com transtorno mental ou aquela que apresenta graves problemas causados pelo uso de álcool e outras drogas exerçam sua cidadania e se insiram na sociedade. "Cada CAPS tem uma equipe multidisciplinar, formada por profissionais de saúde e oficineiros, para colocar em prática o projeto terapêutico. O projeto, além das consultas médicas, possui atendimento de grupos terapêuticos com oficinas de artes e atividades profissionalizantes", explicou Sony Petris, coordenadora de Atenção Psicossocial da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Ronie Carvalho Lima, 22, também é usuário do CAPS de Nossa da Senhora da Glória. Ele deixou um hospital psiquiátrico privado da capital sergipana e atualmente frequenta a oficina de informática do centro. Lá, ele interage com o mundo por meio da internet. "Eu não gosto de ficar em casa assistindo televisão. No CAPS eu posso conversar com as pessoas, que me tratam muito bem", relatou. "Amanhã, 10 de outubro, é comemorado o Dia da Saúde Mental. É com respeito e amor que os usuários do Sistema Único de Saúde devem ser acolhidos nas suas necessidades. Fazendo assim, o resultado do trabalho de cada um de nós será cada vez melhor. Precisamos trabalhar sempre a humanização", explica Silvio Santos, secretário estadual de Saúde. Rede de Atenção Psicossocial - Mais quatro CAPS estão em fase de implantação para ampliar o atendimento. Os CAPS são serviços referenciados. Não há unidades em todos os municípios, mas os que possuem o serviço atendem pacientes dos vizinhos. O acolhimento à pessoa com transtorno mental também é feito pela Atenção Básica, rede hospitalar e demais serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Um dia, depois de abusar de álcool e drogas, André Rezende precisou de um atendimento de urgência. Ele ficou três dias internado no Hospital Regional de Nossa Senhora da Glória, que é gerido pela SES, por meio da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), e foi encaminhado para o CAPS. "A Secretaria de Estado da Saúde trabalha com educação permanente para os municípios, construção de protocolos de atendimento para os CAPS, hospitais e serviços de urgência psiquiátrica, rede de Atenção Básica e demais serviços de saúde. Além disso, atua no Plano de Enfrentamento ao Crack do Governo do Estado, estimula a participação do usuário dos serviços de saúde mental no controle social e apóia os municípios na implantação do serviço", disse Sony Petris. Tipos de CAPS - Dos 36 CAPS existentes em Sergipe, 24 são tipo I, três tipo II, três tipo III, quatro Álcool e Drogas e dois Infantil. "Os CAPS Álcool e drogas e infantil são focados para os públicos específicos e, em Sergipe, estão localizados somente em Aracaju. Os outros tipos atendem os usuários em todas as suas necessidades. O CAPS III é aberto 24 horas. O CAPS I e II realizam atendimento em dias úteis e são instalados em municípios com população entre 20 e 200 mil habitantes", concluiu Sony Petris.

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