terça-feira, 30 de outubro de 2012

Nordeste precisa de R$ 25,8 bilhões

Nordeste precisa de R$ 25,8 bi para garantir escoamento da produção em 2020. Estudo Nordeste Competitivo, da CNI, aponta os investimentos e os 83 projetos prioritários para a modernização e a ampliação de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos na região. Responsável por 13,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, a região Nordeste precisa investir R$ 25,8 bilhões em infraestrutura nos próximos oito anos para garantir o escoamento da produção. Esse valor é necessário para tocar os 83 projetos de ampliação e modernização de rodovias, ferrovias, hidrovias e portos em Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. O diagnóstico está no estudo Nordeste Competitivo, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e as federações das indústrias dos estados da região. De acordo com o estudo, apenas um quarto dos 83 projetos considerados prioritários está em andamento. Com o Nordeste Competitivo, a CNI pretende ajudar o governo a planejar no médio e longo prazo a infraestrutura de transporte e logística na região para integrar física e economicamente os estados. O setor produtivo quer contribuir com um volume maior de investimentos. Atualmente, apenas 15,7% dos projetos que estão em estudo ou em andamento contam com a participação da iniciativa privada. A CNI já divulgou os estudos Norte Competitivo e Sul Competitivo, que levantaram os gargalos das regiões Norte e Sul. Terceiro dos estudos regionais, o Nordeste Competitivo levantou os gargalos em infraestrutura que podem, dentro de alguns anos, travar o escoamento da produção dos nove estados para o mercado interno e para exportação. As ferrovias e os portos são os que mais precisam de investimentos. Juntas, as duas malhas vão demandar 90% dos R$ 25,8 bilhões. Outros 9% devem ser investidos nas rodovias e 1% nas hidrovias. Os investimentos teriam retorno em pouco mais de quatro anos com a economia de gastos logísticos. Atualmente, a região gasta em torno de R$ 30,2 bilhões com transportes, incluindo gastos com frete interno, pedágios, transbordo e de terminais, tarifas portuárias e frete marítimo. Mas, no longo prazo, a infraestrutura do Nordeste demanda investimentos mais robustos. A análise é de que para solucionar os atuais problemas de logística seriam necessários R$ 71 bilhões para trabalhar em 196 projetos. NO LIMITE DA CAPACIDADE – Para aumentar a competitividade da região, é preciso investir R$ 12 bilhões nas ferrovias e R$ 11 bilhões nos portos da região, de acordo com o estudo da CNI. Das ferrovias do Nordeste, dois trechos da EFC – um que liga São Luiz a Açailândia e outro que liga Açailândia a Marabá operam próximo do limite de capacidade. Mas a previsão é que cheguem a um estado crítico em 2020. O trecho Açailândia–Marabá, por exemplo, tem capacidade para suportar o transporte de 311 mil toneladas por dia. Atualmente passam por ela 279 mil toneladas diariamente. A expectativa é que com o aumento da produção esse volume cresça para 877 mil toneladas por dia em 2020. No caso dos portos, atualmente apenas o Complexo Portuário de São Luís e o Porto de Recife utilizam mais do que suas capacidades permitem. Em 2020, no entanto, seis portos vão operar acima da capacidade e outros dois estarão com potenciais gargalos. Os casos mais críticos devem ser os do Complexo Portuário de São Luís e o Porto de Natal. Das rodovias que cruzam a região, três já apresentam gargalos atualmente. A utilização delas pelos carros e caminhões de carga ultrapassa em até 65% a capacidade de peso que suportam em um determinado período, o que reduz a velocidade dos veículos e gera congestionamentos. Uma simulação do crescimento da produção até 2020 mostra que, se nenhum investimento for feito nos próximos oito anos, nove rodovias estarão sendo utilizadas acima do que suas capacidades permitem. Desses nove gargalos, dois estarão em estado crítico, ultrapassando em até 151% a capacidade permitida. PRODUÇÃO REGIONAL - As indústrias da região produzem o equivalente a R$ 29,2 bilhões por ano, sendo que 81% desta produção estão concentrados no setor de bebidas, de papel e celulose, de açúcar, de álcool, de combustíveis, de biscoitos e bolachas, de autopeças, de farinha de trigo e de petroquímicos. As principais cadeias agropecuárias do Nordeste são a de cana de açúcar, de bovinos, de fruticultura, de mandioca, de soja e de milho. Juntos, os seis produtos respondem por 93% de toda a produção agropecuária. A produção extrativista mineral e florestal da região é muito concentrada em petróleo e gás natural, madeira, calcário, sal e potássio. Esses produtos respondem por 92% do que é extraído na região.

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