segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Pesquisa propõe a nanotecnologia no tratamento do câncer




O câncer é a segunda principal causa de morte no Brasil. É uma doença de grande incidência, alta mortalidade e de difícil tratamento, havendo um constante interesse social na busca por terapias mais eficientes. Nesse sentido, com o objetivo de desenvolver uma formulação mais eficaz, segura e que apresente menos efeitos colaterais no tratamento do câncer, um estudo está sendo desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP) da Universidade Tiradentes (Unit).
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que tem em comum desordem que causam desregulação no crescimento celular e que por sua vez invadem tecidos e órgãos. É ocasionada por um acúmulo de mutações genéticas que proporcionam anomalias nos mecanismos de proliferação e diferenciação celular.
O estudo propõe um tratamento através da nanotecnologia utilizando o álcool perílico, um monoterpeno natural presente em diversos óleos essenciais, tais como: hortelã, lavanda, cereja entre outros, que possui atividade antitumoral . A professora Dra. Patrícia Severino destaca que o estudo propõe a encapsulação do álcool perílico (AP) em Nanopartículas Lipídicas Sólidas, que visa obter um sistema de liberação controlada direcionada ao alvo na terapia anticâncer.
Segundo a pesquisadora e executora do projeto Dra. Luciana Nalone, bolsista de pós-doutorado da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE), estudos demonstram a eficácia clínica na terapia anticâncer do álcool perílico, visto que esse monoterpeno está sendo avaliado em testes clínicos finais seres humanos para o tratamento do câncer de cabeça e pescoço.
“No tratamento tradicional da quimioterapia, o fármaco irá afetar a função e a proliferação tanto das células normais como das neoplásicas, levando uma série de efeitos colaterais para o paciente, tais como problemas gastrintestinais, queda do cabelo, mucosite oral dentre outros. Diante disso, surge a necessidade da inovação tecnológica empregando nanopartículas contendo o álcool perílico, a fim de promover o direcionamento específico, ou seja, o álcool perílico atingir somente as células tumorais e resultando em menos efeitos colaterais no tratamento contra o câncer”, explicou Luciana.
Aplicação
A professora Dra. Patrícia Severino explica que o desenvolvimento do projeto, com duração de três anos, consistirá em três etapas: a primeira etapa versará na produção das nanopartículas contendo o álcool perílico. Em seguida, na segunda etapa, serão realizadas as caracterizações físico-químicas das formulações obtidas, além dos ensaios celulares comparando o princípio ativo livre com o encapsulado. A terceira e última etapa, consistirá em ensaios in vivo com camundongos, em que será avaliada a inibição do crescimento tumoral e análise toxicológica de animais inoculados com o tumor experimental Sarcoma 180.
“Esperamos através de a pesquisa obter um novo nanomedicamento promissor no combate ao câncer, bem como buscar uma terapia mais eficaz e segura para a população brasileira. Além disso, temos a formação de recursos humanos e o impulso da ciência em Sergipe. Agradecemos a Fapitec/SE por confiar no nosso trabalho para desenvolver essa tecnologia, aos membros que compõem essa equipe de trabalho, ao programa Pós-graduação em Biotecnologia Industrial da Universidade Tiradentes, do Instituto de Tecnologia e Pesquisa e da Universidade Federal de Sergipe”, afirma a professora Patricia. O projeto é fruto do Programa de Pós-doutorado desenvolvido pela Fapitec/SE em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Ensino Superior (CAPES). O objetivo do edital PPDOC é fortalecer a pesquisa em Sergipe e promover a formação de recursos humanos.


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