O governo descarta incluir a Eletronuclear e a Usina Hidrelétrica de
Itaipu no processo de desestatização da Eletrobras. No caso da empresa
responsável pelas usinas nucleares brasileiras, o motivo é uma questão
constitucional e, no caso de Itaipu, por se tratar de usina binacional
dependendo de acertos com o Paraguai.
A informação é do ministro
de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho, em entrevista
coletiva hoje (22), no Ministério do Meio Ambiente.
“Está escrito
na Constituição que quem tem de ser o controlador [das usinas
nucleares] é a União. A ideia não é ferir a Constituição. Já Itaipu será
analisada em função dos acordos bilaterais com o Paraguai”, explicou o
ministro.
Tarifa de energia mais barata - A
expectativa é de que, controlada pela iniciativa privada, a Eletrobras
favoreça, a médio prazo, uma tarifa de energia mais barata. “Com a
eficiência e redução do custo, nossa estimativa é de que no médio prazo
tenhamos uma conta de energia mais barata", afirmou. A decisão de desestatizar a empresa será submetida amanhã (23) ao Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). A União tem 51% das ações ordinárias, que são aquelas com direito a voto.
O
secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia, disse
que ainda não foi definido o percentual de ações que será repassado à
iniciativa privada.
“Isso não será definido, por enquanto, porque
temos de seguir os ritos de desestatização previsto na lei”, disse
Guardia. “E não há previsão de valores, porque a modelagem desse
processo ainda não foi definida. Isso será feito posteriormente”,
acrescentou, ao enfatizar que o impacto dessa desestatização não gerará
receita primária, não tendo portanto relação com a questão do
cumprimento da meta fiscal.
Segundo o secretário, há duas
possibilidades em estudo. "A desestatização pode ser feita a partir da
venda do controle ou por meio do aporte de capital acompanhado de
diluição." Caso seja adotada a segunda alternativa, o processo seria
feito a partir da emissão de novas ações no mercado.
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