quarta-feira, 1 de abril de 2009

Preço dos genéricos supera os de marca

A partir desta quarta-feira, os fabricantes de medicamentos podem reajustar os preços de seus produtos em até 5,9%. O aumento, autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), vale para cerca de 20 mil remédios. Nas prateleiras das farmácias, no entanto, o reajuste não deve ser imediato para o consumidor. Muitos lojistas prometem segurar o preço até acabar o estoque antigo. A própria Anvisa espera que o reajuste não seja praticado por todos os laboratórios, em função da forte concorrência.

A guerra de preços na indústria farmacêutica, contudo, já leva medicamentos genéricos a serem vendidos por preços maiores do que os de marca. Em alguns casos, chegam a custar duas ou três vezes mais. É o caso, por exemplo, do antibiótico Clindal, do Laboratório Merck. A caixa de 500mg com três comprimidos é vendida por R$ 9,30 na farmácia Farbrasil. Já o genérico azitromicina sai por R$ 34,40, variação de 270%. O emagrecedor Síbus, da Eurofarma, também apresenta diferença grande de preço. A caixa com 30 comprimidos de 15mg é vendida na Ligue Farma por R$ 27,45. O genérico da marca, o sibutramina, sai por quase o dobro do preço: R$ 50,75.

A explicação, segundo as farmácias, é que os grandes laboratórios estão reduzindo o preço de seus produtos de marca para não perder clientes. “A concorrência entre os laboratórios está muito grande. O preço mais baixo é uma política das indústrias para não perder mercado para os genéricos. Há muitas promoções”, afirma Lázaro Luiz Gonzaga, presidente do Sindicato do Comércio Farmacêutico de Minas Gerais (Sincofarma) e um dos vice-presidentes da ABC Farma.

Os fabricantes tiveram até terça-feira para apresentar à CMED relatório com os preços que pretendem praticar ao longo do ano. De acordo com a Anvisa, as indústrias que não cumprirem a medida poderão ser multadas em valores que variam de R$ 212 a R$ 3,2 milhões. Os remédios homeopáticos e fitoterápicos não estão submetidos a esse controle. O gerente da Farbrasil, Roberto Carlos Soares, afirma que a reposição de preços na sua loja vai ser feita gradativamente. “Vou repassar aos poucos, pois a concorrência está muito grande”, diz.

O administrador Leonardo Pinheiro já encontrou remédio de marca mais barato do que os genéricos. Ele gasta mensalmente cerca de R$ 200 com medicamentos. “Faço sempre a cotação. Se o genérico está mais barato, não tenho nenhum preconceito. A disputa entre as drogarias está acirrada.

Nenhum comentário: