O Mapeamento de Segurança Alimentar e Nutricional nos Estados e
Municípios (MapaSAN) mostrou que Sergipe e mais 17 estados têm espaços institucionais
específicos para coordenar a política de segurança alimentar. A
pesquisa, inédita e coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Social
e Combate à Fome (MDS), detalha como o Sistema Nacional de Segurança
Alimentar (Sisan) está sendo executado no Brasil. Em Sergipe, o Programa é executado pela Secretaria de Inclusão Social e Combate à Pobreza (SEIDS), através da secretária, Eloisa Aquino Déda.
Criado por lei
em 2006, o Sisan passou a ser reconhecido e a ter a participação de 23
estados e do Distrito Federal, bem como dos 1.628 municípios que
participaram do MapaSAN. A adesão significa que devem ser desenvolvidas
“políticas intersetoriais que respondam ao fortalecimento dos circuitos
locais de produção, abastecimento e consumo, às ações de SAN [Segurança
Alimentar e Nutricional] na saúde, na assistência social, na educação,
entre outros”, conforme o estudo. Amapá, Goiás e Rio Grande do Norte não
participaram da pesquisa.
Nos estados onde existem espaços
institucionais específicos para coordenar a Política de Segurança
Alimentar, como coordenadorias (28%), departamentos (17%) e
superintendências. Em todas essas unidades da federação, também foram
criadas as chamadas câmaras de Segurança Alimentar e Nutricional
(Caisans), que em 79% dos casos têm trabalhado em planos estaduais de
Segurança Alimentar e Nutricional.
Sete estados têm planos
concluídos. Por meio deles, são organizadas ações como saneamento
básico, doação de alimentos, oferta de refeições, aquisição de alimentos
da agricultura familiar, acesso à água, fomento à produção e transição
agroecológica e à agricultura familiar.
Entretanto, existem
dificuldades para consolidar o sistema, como a formação técnica dos
profissionais, priorização por parte dos gestores e garantia de
financiamento. Em relação aos municípios, 19% disseram ter recursos orçamentários
próprios para políticas de Segurança Alimentar e Nutricional, 61%
informaram não ter recursos e 20% não souberam responder. Eles também
dispõem de poucos equipamentos públicos que possibilitam acesso à
alimentação, como os restaurantes populares, existentes em apenas 112
cidades e, as cozinhas comunitárias, em 135.
“É um desafio para o
sistema, que ainda é um sistema muito recente e precisa crescer em
várias áreas, como pessoal, protocolo e serviços”, disse Michele Lessa,
diretora da secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS.
Michele
destaca, contudo, ações em andamento, como políticas de capacitação,
financiamento de conferências e realização de convênios com 25 estados.
Por meio deles, o governo federal repassa de R$ 350 mil a R$ 400 mil por
ano, a cada unidade, para fortalecimento institucional.
“O
mapeamento nos permite mostrar que os municípios por conta própria fazem
várias ações de segurança alimentar e nutricional”, disse. Exemplo
disso são as feiras populares, presentes em 72,2% das cidades
pesquisadas.
O MapaSAN reúne dados coletados entre agosto e novembro de 2014 e pode ser conferido na internet. O mapa registrou a existência de 5.119 feiras, espaços populares onde são comercializados alimentos produzidos essencialmente pela agricultura
familiar. Além disso, foram encontradas 1.331 feiras agroecológicas
distribuídas em 624 municípios.
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