A
dona de casa Cecília Matos, de 31 anos, sabe bem da importância da
doação de órgãos. Ela, que ficou anos na fila à espera de um rim, hoje, é
transplantada e teve a oportunidade de recomeçar a vida. “As pessoas
precisam se conscientizar mais sobre a importância da doação. É um ato
de amor ao próximo e de solidariedade que pode salvar vidas”, disse. E é
exatamente este o objetivo da campanha nacional Setembro Verde:
sensibilizar a sociedade para causa e incentivar cada vez mais a doação
de órgãos e tecidos.
Segundo
o coordenador da Central de Transplantes da Secretaria de Estado da
Saúde (SES), Benito Oliveira Fernandez, durante todo este mês serão
realizadas ações em estabelecimentos comerciais, instituições de ensino e
locais e órgãos públicos para chamar a atenção da sociedade sobre a
importância da doação.
“O
verde é a cor da esperança. E quando um órgão ou tecido são doados,
alguém será beneficiado e terá uma nova chance de vida. Por isso, mais
uma vez, neste Setembro Verde, estaremos mobilizando a sociedade e
chamando a atenção de todos para a importância da doação. Ainda há
muitos tabus em relação a este assunto, já que não é fácil lidar com a
morte de uma pessoa querida, mas a sociedade precisa refletir e se
conscientizar ainda mais porque a doação é também um ato de
solidariedade”, disse.
Recusa da família
Ainda
de acordo com ele, Sergipe avançou na quantidade de identificação de
possíveis doadores, porém, ainda há dificuldades em reverter o potencial
doador em, de fato, um doador, devido à recusa das famílias para a
doação. E justamente para evitar esta negação, Benito ressalta a
importância de os cidadãos conversarem com seus parentes e informarem
sobre a vontade de ser um doador de órgãos e tecidos para no momento que
acontecer o óbito, a família possa autorizar a doação.
“O
que trava as doações ainda é, infelizmente, a negativa das famílias.
Identificamos sempre possíveis doadores, mas, em muitos casos, eles não
se concretizam como doadores por causa da resistência das famílias para a
doação. Por esse motivo, ressaltamos sempre a importância de os
cidadãos informarem aos seus parentes a vontade de ser um doador. Perder
uma pessoa querida é sempre muito difícil, mas precisamos também pensar
no próximo. Uma doação pode salvar várias vidas”, afirma.
Doações e transplantes
Este
ano, a SES, através da Central de Transplantes, realizou 106
transplantes de córnea e um de coração. Além disso, foram captados 13
órgãos, sendo oito rins, três fígados e dois corações, e
disponibilizados para a Central Nacional, que faz a redistribuição dos
órgãos, já que, no momento, Sergipe está realizando apenas transplantes
de córnea e coração.
“Sergipe
voltou este ano a realizar o transplante de coração e o Hospital
Universitário (HU) está se adequando ao que exige a portaria do
Ministério da Saúde (MS) para que a unidade possa ser habilitada para
realizar transplante de rim, o que será um grande avanço para o estado.
Hoje, temos 196 pessoas em lista aguardando o transplante de córnea, com
tempo de espera de aproximadamente um ano e dois meses, e em Sergipe,
há cerca de 600 pessoas candidatas a transplante de rim. São números
altos e, por isso, precisamos da conscientização da sociedade sobre a
importância do ato da doação”, conclui Benito.
Um comentário:
Parabéns para o coordenador da Central de Transplantes de Sergipe
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